Conheça o único país com carbono negativo

Carbono Zero, Butão

Conheça o único país com carbono negativo

País oriental se consolidou como um dos mais verdes do mundo, com a sustentabilidade presente em sua identidade nacional

 

No alto do Himalaia oriental do sul da Ásia, entre a índia e a China, existe um pequeno país que absorve mais gases do Efeito Estufa da atmosfera do que emite. Com 777 mil habitantes, o Butão permite apenas um determinado número de turistas por dia, aspecto que contribui para essa condição exclusiva de carbono zero. Para muitos viajantes, o Butão é um destino dos sonhos, pela sua riqueza em vales, florestas, rios de água cristalina e fauna.

O Butão é conhecido por ser o país mais feliz do mundo. Aliás, seu crescimento é medido não pelo PIB, mas pelo Índice de Felicidade Bruta. Para isso, na época que o IFB foi implementado, o Rei Singye tomou como base quatro aspectos: proteção ambiental; preservação cultural; desenvolvimento sustentável e boa governança. Guiado por uma liderança que sempre incentivou o cuidado com a natureza, o Butão se consolidou como um dos países mais verdes do mundo, com a sustentabilidade presente em sua identidade nacional.

Enquanto muitos países buscam a neutralidade na emissão de carbono, o Butão alcançou o título de país de carbono negativo. Reforçando: isso significa que o país retira mais gases do Efeito Estufa da atmosfera do que emite. Mas, como isso é possível?

 

1. Arborização

O Butão tem 70% de seu território coberto por florestas, que agem como um filtro natural na absorção de dióxido de carbono.

A monarquia constitucional tem em mente que esse é um aspecto fundamental para a manutenção da vida, redução da poluição a longo prazo e, também, para manter o estilo de vida com o qual os moradores estão acostumados.

Butão, país zero carbono

Por constituição própria, o Butão é o único país do mundo que protege suas florestas. O país já conquistou recordes mundiais de maior quantidade de plantio de árvore por hora.

Vale ressaltar que em 1999 o país proibiu as exportações de madeira. As florestas são protegidas contra mineração, caça e poluição. Todas as reservas estão conectadas a corredores biológicos para que os animais possam se mover de uma zona para a outra sem interações humanas.

 

2. Urbanização

Além de ser um país arborizado, no Butão, a maioria das pessoas trabalha diretamente na agricultura ou silvicultura (em prol do cultivo de florestas). O fato de a urbanização do país ter acontecido de maneira lenta fez com que a primeira estrada fosse construída só em 1960. Até então, a utilização de carros não era tão comum.

Anualmente, o país emite menos de 2,5 milhões de toneladas de CO2. Pode ser, até mesmo, que você compare o Butão com a emissão de outros países também pequenos. Entretanto, certamente, a diferença é contrastante. Luxemburgo, por exemplo, é um país com população menor que a do Butão (-137 mil habitantes) e emite quatro vezes mais carbono na atmosfera.

 

3. Fonte elétrica

Ao invés de combustíveis fósseis, as responsáveis por quase toda fonte de eletricidade do país são as hidrelétricas. Inclusive, a produção de hidroeletricidade no Butão é tanta que o país a vende para países vizinhos, fator que também impacta na compensação de milhões de toneladas de emissões de CO2 a cada ano.

 

4. Limitação de turistas

O Butão se manteve isolado, sem abrir as fronteiras para turistas até 1974. Até hoje, o país limita o número de visitantes, para evitar o turismo em massa,  com uma taxa diária de US$ 250 por pessoa. Essa é uma taxa de desenvolvimento sustentável voltada ao financiamento da educação, saúde e construção de uma infraestrutura sustentável para a acomodação dos turistas, número que cresce cada vez mais.

 

Efeitos das mudanças climáticas

Tornar a agricultura 100% orgânica e livre de resíduos ainda nesta década está entre os planos do governo. E embora a previsão de emissões possa aumentar ate 2040, o país continuará negativo em carbono enquanto mantiver sua cobertura florestal atual.

Infelizmente, toda a dedicação do governo do Butão em prol de continuar se consolidando como um país zero carbono não é suficiente para o tornar um local imune aos efeitos das mudanças climáticas, mesmo que contribua para combatê-las. As florestas do Butão ainda são impactadas pelas chuvas e inundações que acontecem com frequência e causam deslizamentos de terra. Futuramente, as mudanças climáticas podem, inclusive, colocar em risco o setor hidrelétrico do país, com o derretimento das geleiras no Himalaia.

Apesar de estar entre duas potências asiáticas (China e Índia), com fortes aspectos de industrialização, o Butão não volta seus esforços buscando assemelhar o peso econômico ao de seus países vizinhos. O foco da valorização está concentrado na cultura, bem-estar populacional e na preservação do meio ambiente. 

Como se vê, a transição para práticas mais sustentáveis é uma tendência entre líderes de países e organizações. E já existem alternativas para dar apoio tecnológico a esse processo. Nesse sentido, conheça a plataforma Genio Carbon e descubra como ela pode ajudar em uma jornada de descarbonização eficaz. Entre em contato conosco e saiba como começar a reduzir as emissões de carbono o quanto antes!